segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Açudes do Ceará reservam 62% do volume total

O nível médio de acúmulo de água nos açudes das 11 bacias hidrográficas do Ceará é de 62,6%. Nos pequenos reservatórios, os recursos hídricos são suficientes até o término da estiagem, de acordo com estimativa da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). No comparativo de maio com outubro, todas as bacias hidrográficas apresentam queda. Mesmo assim, a Cogerh avalia a situação como boa e acredita que a reserva hídrica permite enfrentar mais três anos de inverno abaixo da média. No entanto, já na estiagem deste segundo semestre, as comunidades da zona rural reclamam da dificuldade de abastecimento, ainda mais com a Operação Pipa limitada.

Neste ano, na ampla maioria dos reservatórios, não houve recarga de água e apenas cinco transbordaram. Diferente do ano passado, quando 117 açudes sangraram, de um total de 133 monitorados pela Cogerh. Em 2009, o acúmulo médio de água nos reservatórios foi de 96%. A realidade atual é consequência da estiagem que, mais uma vez, castiga o sertão cearense e se arrasta desde março passado.
A preocupação dos técnicos é com os pequenos sistemas. Se não houver recarga de água até abril do próximo ano, os pequenos reservatórios que formam a maioria das bacias hidrográficas do Ceará vão enfrentar sérios problemas. “De um modo geral, a situação é boa”, disse o assessor da presidência da Cogerh, Yuri Castro de Oliveira. “Os grandes açudes, Castanhão, Orós, Banabuiú e Araras, têm água acumulada para mais três anos sem problema”.
A região do Alto Jaguaribe é a que apresenta melhor índice de armazenamento com 71,4%. As bacias do Baixo Jaguaribe e do Litoral acumulam, respectivamente, os menores índices, 43,3% e 46,5%. Nos municípios do Interior, nas áreas isoladas da zona rural, é crescente a demanda por água.
A estimativa realizada pela Cogerh prevista no início de agosto passado prevalece, com um pequeno decréscimo. O órgão acredita que até o fim dezembro, os 133 reservatórios das 11 bacias hidrográficas espalhadas pelo Estado terão 55,5% de água, em média. Hoje, acumulam 11,16 bilhões de metros cúbicos.
A Bacia do Salgado, localizada na região do Cariri, onde historicamente ocorre maior precipitação de água no período chuvoso, acumula 54,9% de volume médio de água em 14 reservatórios monitorados pela Cogerh. Esperava-se um armazenamento maior, tendo em vista que, em 2009, houve chuva acima da média na região.
A maior preocupação é com o Açude Quixabinha, em Mauriti, que está apenas com 17,5% do volume máximo. Já o Açude Prazeres, em Barro, tem 71%. O Açude Olho D´Água, em Várzea Alegre, responsável pelo abastecimento da cidade, armazena 58%. O reservatório Lima Campos, em Icó, um dos mais antigos do Ceará, tem o índice que chega a 55,9%.
A situação mais confortável ocorre na Bacia do Alto Jaguaribe, com 71,4% de volume médio acumulado. É nesta região que está localizado o açude Orós, o segundo maior do Ceará, com 76% de sua capacidade, que é de quase 2 bilhões de metros cúbicos de água. Por outro lado, o Açude Faé, em Quixelô, tem apenas 13%. Esse reservatório é responsável pelo reforço do abastecimento da cidade, que enfrenta dificuldades de distribuição de água para a população. O açude mais antigo do Ceará, o Cedro, localizado em Quixadá, construído na época do Império, acumula um baixo volume: 27%. O reservatório integra a Bacia do Banabuiú, que está com volume médio armazenado de 62,6%. Já a barragem de Quixeramobim tem 88% de seu volume total.
Fonte: Diário do Nordeste

0 comentários:

Postar um comentário

  ©PORTAL DA MANCHETE | Onde o Ceará é notícia. - Todos os direitos reservados.

Template by Dicas Blogger | Topo