segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Enem: Alunos temem anulação de prova

No final da manhã de ontem, a grande preocupação de Rael de Sousa Gomes, 18, não tinha qualquer relação com o conteúdo de matemática ou de português, disciplinas que seriam matéria no segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2010. Enquanto aguardava que o relógio marcasse meio dia, hora em que começariam a ser distribuídos os cadernos contendo também redação, Rael cogitava a possibilidade para ele desastrosa de que o resultado da prova do dia anterior seja anulado. “Acho que eles (da organização do Enem) vão anular, sim. Tiveram um ano para se preparar, mas olha o que aconteceu”, lamentou o estudante.

Rael está se referindo ao primeiro dia de provas do Enem, quando erros na ordem dos cadernos no gabarito, a repetição e o sumiço de questões semearam confusão no País. No Ceará, 208 mil inscritos prestaram o exame, que é usado como critério de ingresso na Universidade Federal do Ceará (UFC) e no Instituto Federal de Educação Tecnológica. Ainda no sábado, Joaquim José Soares Neto, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em coletiva de imprensa, disse que os problemas detectados na aplicação e impressão do Enem 2010 não seriam suficientes para justificar uma invalidação dos resultados. O Inep orienta estudantes que se sintam prejudicados a abrirem um requerimento no site do Ministério da Educação a partir de terça-feira, 9.

No sábado, 6, a repetição de questões na “prova amarela”, uma das quatro distribuídas entre os candidatos a uma vaga em instituição de ensino superior, foi a responsável por cenas estranhas. Marcel Forte, 17, relata que, na sala onde realizou a avaliação, “um estudante estava fazendo três provas amarelas”. A explicação é que, como cada uma estivesse incompleta (além da repetição, questões foram suprimidas de alguns cadernos), o estudante teria pedido ao fiscal da sala novos cadernos para completar as informações que faltavam. Quase como montar um quebra-cabeça.

“A minha prova amarela era diferente da prova amarela dele”, disse Marlon Pereira, 18, apontando para o amigo Luís Felipe Alencar, de 17. Ao deixarem o campus da Universidade Estadual do Ceará no Itaperi, ontem, Felipe e Marlon cotejaram os dois cadernos. Conclusão: um respondera questões que o outro desconhecia. Para Felipe, entretanto, não houve dificuldade: “A prova de sábado foi mais fácil que as da escola”.

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA
O Enem é, hoje, o principal mecanismo de ingresso em qualquer uma das 83 instituições de ensino superior federal que adoram o novo sistema. É por meio dele, por exemplo, que os estudantes terão às vagas da UFC.

Fonte: O Povo

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